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O Brasil de 1946 a 1964

O Brasil de 1946 a 1964

Governo de Eurico Gaspar Dutra (1946–1951)

Nas eleições de dezembro de 1945, os eleitores tiveram plena liberdade de escolha. Até o Partido Comunista pôde participar pela primeira vez, e elegeu como senador, seu líder, Luís Carlos Prestes. Com o fim da segunda Guerra Mundial, em 1945, o mundo ficou dividido em duas zonas de influência, de um lado os Estados Unidos, de outro a União Soviética. Capitalismo contra Comunismo. Cabendo aos outros países ou se alinharem com os Estados Unidos ou à União Soviética. O Brasil ficou na zona de influência norte-americana. Então, o presidente Eurico Gaspar Dutra rompeu relações com a União Soviética, fechou o Partido Comunista Brasileiro e cassou os políticos de esquerda.
Para dar um melhor preparo aos oficiais superiores das Forças Armadas, criou a Escola Superior de Guerra, em que ensinava-se a importância da segurança e da ordem para o desenvolvimento , com uma forte pregação anticomunista.

O Retorno de Getúlio (1951–1954)
Nas eleições de 1950, Getúlio Vargas concorreu à presidência pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e derrotou facilmente seus adversários. Dois fatores determinaram seu retorno triunfante ao poder:
A propaganda que o enfocava como o presidente que mais tinha feito em benefício dos trabalhadores. O povo o admirava e o considerava realmente “o pai dos pobres“.
E por suas posições claramente nacionalistas, em favor das empresas brasileiras e contra as estrangeiras.
Getúlio ganhou as eleições e voltou “nos braços do povo”. A partir do momento em que assumiu novamente a presidência, em janeiro de 1951, começou a colocar em prática sua política popular e nacionalista. A principal medida adotada em favor dos trabalhadores foi o aumento de 100% no salário mínimo em 1954, o que deixou os grandes empresários muito descontes.
A política nacionalista de Getúlio ficou evidente, sobretudo em outubro de 1953, quando criou a Petrobrás para nacionalizar e proteger o petróleo brasileiro ( com o slogan “o petróleo é nosso”), com o que arranjou grandes inimigos entre empresas multinacionais poderosas, como Esso, Shell e Texaco.
Com tantos e poderosos inimigos tornou-se muito difícil para Getúlio manter-se no poder. Considerado seu maior inimigo, Carlos Lacerda, deputado líder da oposição e dono de Jornal, foi o que mais se empenhou em combatê-lo. Acusava-o principalmente de corrupção.
Carlos Lacerda sofreu um atentado, no qual morreu um amigo que o acompanhava. O mando do atentado foi atribuído a Getúlio, pois aparentemente, Gregório, um dos homens de sua segurança estava envolvido. As pressões aumentaram e os trabalhadores não tinham força para sustentá-lo no poder.
Os chefes militares reuniram-se com o presidente para tentar obrigá-lo a renunciar, mas ele não aceitou. E na manhã seguinte uma notícia correu o país: “O presidente suicidou-se com um tiro no coração”. As razões para seu último gesto haviam sido deixadas escritas em uma carta-testamento.

Governo de Juscelino Kubitschek (1956–1960)
Com morte de Getúlio, a presidência foi assumida pelo vice Café Filho. Realizadas as eleições, em 1955, saíram vencedores Juscelino para presidente e João Goulart (Jango) para vice, apoiados pelo PTB de Getúlio. Os antigetulistas ficaram preocupados e tentaram impedir a posse dos dois, mas finalmente, em janeiro de 1956, Juscelino e Jango assumiram o governo.
Na presidência, Juscelino apresentou ao país seus ousados planos de desenvolvimento. Era o chamado Plano de Metas, para levar o Brasil a crescer “cinqüenta anos em cinco”, com a construção de hidrelétricas, de estradas e de fábricas de veículos.
Para conseguir atingir suas metas, Juscelino teve que recorrer ao capital estrangeiro. Foi nessa época que se instalaram no Brasil, a Ford, a General Motors, a Willys e a Volkswagem.
A obra de Juscelino considerada maior e mais importante foi a construção de Brasília, inaugurada em 21 de abril de 1960.

Governo de Jânio Quadros (1961)
Como candidato de oposição ao candidato de apoiado por Juscelino, Jânio teve uma vitória esmagadora nas eleições de 1960. Como vicepresidente foi eleito novamente João Goulart (Jango). O símbolo da campanha de Jânio foi uma vassoura com a qual ele pretendia varrer a corrupção que ele afirmava existir no governo de Juscelino. Dizia ser católico, anticomunista e a favor da propriedade.
Logo que assumiu a presidência, Jânio começou a assustar os políticos conservadores e de direita que o apoiaram, bem como, os militares, os empresários e as multinacionais. Ameaçou controlar os lucros que as grande empresas mandavam para o exterior, restabeleceu relações com a União Soviética e começou a fazer negócios com a China Comunista. Para piorar, em agosto de 1961 condecorou, com a mais alta medalha do país, o guerrilheiro Chê Guevara, um dos comandantes da Revolução Cubana juntamente com Fidel Castro.
Finalmente numa atitude ainda mais inesperada, Jânio renunciou, acusando “forças terríveis” de agirem contra ele. Na verdade Jânio pretendia retornar pelas mãos do povo, mas seu golpe falhou.

Governo de João Goulart (1961-1964)
Com a renúncia de Jânio, quem deveria assumir seria o vice-presidente, mas João Goulart (Jango) era suspeito de tendência socialista, e ainda para agravar a situação, no momento ele estava em visita a China Comunista. Então os chefes militares resolveram não deixá-lo assumir, e prendê-lo logo que desembarcasse no país. No entanto, eles não haviam contado com uma forte reação, de modo especial no Rio Grande do Sul, onde o governador Leonel Brizola liderou a chamada “campanha da legalidade” que defendia o cumprimento da Constituição, a posse do vice.
Os chefes militares logo perceberam que se insistissem poderiam jogar o país em uma guerra civil, e então recuaram, permitindo que Jango assumisse, mas num sistema parlamentarista de governo no qual quem governaria de fato seria um primeiro ministro.
Jango aceitou, porém não se conformou com a limitação de seus poderes, e em janeiro de 1963 promoveu um plebiscito, pedindo ao povo que se manifestasse em favor do parlamentarismo ou presidencialismo. Cerca de 80% dos eleitores votaram em favor do presidencialismo Porém, antes que Jango pudesse iniciar seu governo de fato, os chefes militares com o apoio dos Estados Unidos, derrubaram o presidente no chamado Golpe de 64 e assumiram o controle do país através de uma terrível ditadura que duraria 25 anos.

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