DOSSIÊ DE
HISTÓRIA - TERCEIROS ANOS – TEXTO QUATRO (04) – 27março2017
Racimo em sua forma mais sórdida.
Cida
Barbosa – publicado em Correio Braziliense de 20 de março de 2017 – pág.10
Dia desses assisti a um documentário
sobre a cantora Whitney Houston, encontrada morta num quarto de hotel em Los
Angeles há cinco anos. Acessei o canal bem no momento em que falavam sobre as
hostilidades que a estrela enfrentou na infância devido á cor da pele. Um dos
episódios ocorreu depois que ela e os parentes mudaram para um bairro melhor e
se tornaram a única família negra da rua. Num dia em que estava brincando na
frente de casa, a menina Whitney foi alvo de insultos racistas por parte de um
vizinho.
O documentário seguiu a desfiar a
vida da cantora, mas meus pensamentos ficaram presos àquele relato de
preconceito. Tentei imaginar como foi a reação dela. Do alto de sua inocência,
a criança sente a dor da agressão verbal, claro, mas não consegue perceber que
o motivo é a cor de sua pele. Quando tem amadurecimento suficiente para
compreender a real dimensão do crime de que é vítima, pode passar a negar a
própria imagem. E esse é um dos efeitos nefastos do racismo.
A rapper e apresentadora Karol
Conka, por exemplo, contou que, perseguida na escola como era, tentou ¨descolorir¨
a pele com água sanitária. Depoimento semelhante tem a modelo e frentista
Tainara Santos, de 19 anos, vencedora de um concurso de beleza em Jataí (GO):
¨Aos 06 anos, o meu pensamento era crescer e fazer uma cirurgia para ficar branca,
disse. Imaginem o nível do desespero dessas então meninas na busca pela
aceitação.
O racismo, que por si só já é uma
infâmia, potencializa sua sordidez, quando o alvo são crianças. Como um ser
humano é capaz de agredi-las assim, tão covardemente? Os leitores devem se lembrar
do caso de Titi, filha dos atores Bruno Gagliasso e Giovana Ewbank. A pequena,
de apenas 2 anos, foi xingada nas redes sociais de macaca. Nos comentários, os
agressores diziam que os dois deveriam ter adotado uma menina de olhos azuis para
combinar com o casal e não uma ¨pretinha. Ainda colocaram a hashtag
#lugardepretoénaáfrica.
À época, Bruno tomou a atitude que
todos os agredidos têm de adotar: denunciou às autoridades policiais. Já Giovanna,
respondeu com Nelson Mandela: ¨Ninguém nasce odiando outra pessoa por causa da
cor da sua pele, origem ou religião. As pessoas têm que aprender a odiar, e se
elas podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar¨.
As palavras do seu líder
sul-africano encontraram eco mais recentemente numa história que viralizou nas
redes sociais. O menino americano (sic!) Jax Rosebush, branco, pediu á mãe para
raspar a cabeça e ficar igual ao amigo Reddy, negro. Ele jurava que assim a
professora não conseguiria diferenciá-los. ¨Se isso não é uma prova de que o
ódio e preconceito são coisas ensinadas, eu não sei o que é. A única diferença
que Jax enxerga entre ele e o amigo é o corte de cabelo¨, postou a mãe. Ah,
Jax, se todos tivesse o discernimento que você tem com somente 5 anos!
Atividades:
1. pesquise
o significado das palavras abaixo:
·
Sórdido.
·
Nefasto.
·
Infâmia.
·
Discernimento.
·
Racismo.
·
Discriminação.
·
Quilombo.
2. faça uma pequena biografia de:
A. Nelson Mandela
B. Luiz Gama
C. Nei Lopes.
D. Dandara
E. Chica da Silva.
F. Zumbi de Palmares.
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Respeito é palavra prática.