Acorda, Brasil!
DOSSIÊ DE HISTÓRIA - Segundos anos – TEXTO 07
02 de abril de 2017
(Rodrigo Craveiro,
Jornalista)
Somos o país da propina, do
escracho, d vantagem sobre o outro, da valorização da riqueza a qualquer custo,
das negociatas políticas, independentes de escrúpulos, da hipocrisia deslavada
e da aversão à ética. Desse cedo, muitos de nós aprendemos a furar a fila no
banco, a nos calarmos quando o troco está errado a nosso favor, a surrupiar o
assento preferencial no ônibus, a ignorar as necessidades alheias. Mais tarde,
permitimos trair nossos ideais com o voto de cabresto. Elegemos os nossos líderes
por conveniência, não por ideologia ou após profunda reflexão sore os rumos de
nossa nação. Às vezes colocamos alguém no poder à custa de falsas promessas. A consequência
quase sempre é desastrosa.
Muitos de nós, atrelados a paixões partidárias
ou a arroubos ideológicos, pulverizamos o bom senso, em vez de instigarmos o próximo
a se unir a nós em uma batalha pela moral na politica, preferimos lutar contra
ele por pensarmos de forma diferente. Nenhum povo desunido consegue mudar o seu destino. Somos
por demais apolíticos. Enquanto a chibata desce sobre nosso lombo, engolimos o
choro e a saliva e aquiescemos.
Aceitamos que o governo pise a
Consolidação das Leis do Trabalho e aprove uma polêmica terceirização que muito
provavelmente saqueará empregos e projetos de vida. Nós nos silenciamos ante um
projeto imoral, retrógrado e absurdo da reforma da previdência, o qual vai
distanciar o trabalhador da aposentadoria, enquanto os nossos políticos vão
gozar da mesma com sombra, água fresca e uísque importado, temos a cara de pau
de defender a volta do regime militar quando tantas pessoas pereceram nas
masmorras e no pau-de-arara da ditadura. É a torcida para que tudo dê errado no
Brasil.
Qualquer transformação somente
ocorrerá com a força das ruas, com protestos pacíficos e democráticos, cujas
demandas estejam expostas em agendas claras. Antes de tudo, precisamos
reconhecer as distorções da política, a contaminação da corrupção e exigir profunda
reforma , ainda que a mesma contrarie interesses pessoais e mesquinhos de nossos
parlamentares, aferrados ao poder. Somente quando a ética e a preocupação com o
bem-estar social e a consciência cidadã prevalecerem teremos condições de construir
um Brasil de verdade. E de sepultar políticos e atitudes que tanto fizeram mal
ao nosso país, gigante adormecido em berço esplêndido, talvez inebriado pela
corrupção e pela vergonha.
(publicado
em Correio Braziliense - coluna Opinião –
20 de março de 2017 – pág. 12).
ATIVIDADES
DO TEXTO.
1.
Como o autor define o Brasil?
2. A quais hábitos antiéticos estamos
habituados, segundo o texto?
3.
o que é a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)?
3.
Defina o que é o Voto de Cabresto.
4.
Como o autor vê a reforma da previdência?
5.
O que foi a ditadura (regime) militar de 1964 no Brasil?
6.
Quando poderemos construir um Brasil de verdade, segundo o texto?
7.
O que é consciência cidadã?
8.
Pesquise o significado dos termos e/ou conceitos abaixo:
A.
Deslavada
B.
Surrupiar.
C.
Ideologia.
D.
Arroubos.
E.
Apolítico.
F.
Política
G.
Perecer.
H.
Masmorra.
I.
Pau-de-Arara (no texto!)
J.
Aferrados.
K.
Demandas
L.
Ética.
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