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DOSSIÊ DE HISTÓRIA – TEXTO 01 – 16AGOSTO2017 – TERCEIROS ANOS. Acorda, Brasil!


Acorda, Brasil!
(Rodrigo Craveiro, Jornalista)

            Somos o país da propina, do escracho, da vantagem sobre o outro, da valorização da riqueza a qualquer custo, das negociatas políticas, independentes de escrúpulos, da hipocrisia deslavada e da aversão à ética. Desse cedo, muitos de nós aprendemos a furar a fila no banco, a nos calarmos quando o troco está errado a nosso favor, a surrupiar o assento preferencial no ônibus, a ignorar as necessidades alheias. Mais tarde, permitimos trair nossos ideais com o voto de cabresto. Elegemos os nossos líderes por conveniência, não por ideologia ou após profunda reflexão sore os rumos de nossa nação. Às vezes colocamos alguém no poder à custa de falsas promessas. A consequência quase sempre é desastrosa.
            Muitos de nós, atrelados a paixões partidárias ou a arroubos ideológicos, pulverizamos o bom senso, em vez de instigarmos o próximo a se unir a nós em uma batalha pela moral na politica, preferimos lutar contra ele por pensarmos de forma diferente. Nenhum povo desunido consegue mudar o seu destino. Somos por demais apolíticos. Enquanto a chibata desce sobre nosso lombo, engolimos o choro e a saliva e aquiescemos.
            Aceitamos que o governo pise a Consolidação das Leis do Trabalho e aprove uma polêmica terceirização que muito provavelmente saqueará empregos e projetos de vida. Nós nos silenciamos ante um projeto imoral, retrógrado e absurdo da reforma da previdência, o qual vai distanciar o trabalhador da aposentadoria, enquanto os nossos políticos vão gozar da mesma com sombra, água fresca e uísque importado, temos a cara de pau de defender a volta do regime militar quando tantas pessoas pereceram nas masmorras e no pau-de-arara da ditadura. É a torcida para que tudo dê errado no Brasil.
            Qualquer transformação somente ocorrerá com a força das ruas, com protestos pacíficos e democráticos, cujas demandas estejam expostas em agendas claras. Antes de tudo, precisamos reconhecer as distorções da política, a contaminação da corrupção a exigir profunda reforma, ainda que a mesma contrarie interesses pessoais e mesquinhos de nossos parlamentares, aferrados ao poder. Somente quando a ética e a preocupação com o bem-estar social e a consciência cidadã prevalecerem teremos condições de construir um Brasil de verdade. E de sepultar políticos e atitudes que tanto fizeram mal ao nosso país, gigante adormecido em berço esplêndido, talvez inebriado pela corrupção e pela vergonha.
(publicado em Correio Braziliense -  coluna Opinião – 20 de março de 2017 – pág. 12).

ATIVIDADES DO TEXTO.

1. Como o autor define o Brasil?
2.  A quais hábitos antiéticos estamos habituados, segundo o texto?
4. O que é a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)?
5. Defina o que é o Voto de Cabresto.
6. Como o autor vê a reforma da previdência?
7. O que foi a ditadura (regime) militar de 1964 no Brasil?
8. Quando poderemos construir um Brasil de verdade, segundo o texto?
9. O que é consciência cidadã?

10 Pesquise o significado dos termos e/ou conceitos:
Deslavada - Demanda - esplêndido – Surripiar - Ideologia – Arroubos – Apolítico - Política – Perecer - Masmorra - Pau-de-Arara (no texto!) – Aferrados  - Demandas – Ética – Neocolonialismo – Nazismo – Socialismo – Comunismo – Guerra Fria – Partilha da África.

1.       Faça uma biografia das personagens abaixo:


11. Paulo Freire - Joaquim Nabuco - Gilberto Freyre - Cecília Meirelles –Henfil - Nise da Silveira – Betinho - Clarice Lispector - Oscar Niemeyer - Glauber Rocha - Villa Lobos – Ruth de Souza – Carolina Maria de Jesus – Elisa Lucinda - Chica da Silva.

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