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DOSSIÊ DE HISTÓRIA - SEGUNDO SEMESTRE 2018 - TEXTO 02 – SEGUNDOS ANOS. Pulicado no blog em 19julho2018


MUNDO SEM FILOSOFIA - texto 02 - segundo ano - segundo semestre 2018
DIOCLÉCIO CAMPOS JÚNIORPublicado no Correio  Brasiliense – 21julho2017.

            O panorama da atualidade mundial é desolador. Revela-se uma trágica realidade justamente na era científica da história da espécie humana. Os hábitos e costumes tornam-se animalizados, num ciclo de decadência comportamental que se contrapõe aos sonhos civilizatórios. Nova e refinada escravatura ganha a dimensão industrial graças ao consumismo delirante. As iniquidades sociais perpetuam-se dissimuladamente, embora bem visíveis. A tecnologia passou a ser modalidade de linguagem destinada ao domínio imperial. A alma da paz é sufocada pela arma da guerra. Bombardeios fazem parte do cotidiano do Planeta. Suas vítimas morrem ou sobrevivem, a duras penas, nos campos de refugiados, testemunhando a carência do humanismo verdadeiro, sem o qual não se constrói uma sociedade legítima. Ademais, a redução aparentemente irreversível da taxa de natalidade, viabilizada pelos métodos científicos, alcança níveis incapazes de renovar a população e evitar a auto extinção da espécie nos próximos séculos.
            As inovações científicas são incontestáveis. Acrescentam a perspectiva de maior conforto material á vida humana. Geram, no entanto, o ambiente no qual prospera a fé dogmática na tecnologia como novo perfil religioso do século e propiciam distintas versões de relacionamento interativo entre as pessoas, única e tão somente no universo virtual. Como consequência, delineia-se progressivamente, uma ruptura radical com os valores do passado construídos em outra lógica. Desconfiguram-se virtudes mentais e intelectuais que permitiram sustentar a capacidade de abstração interpretativa e crítica, que diferenciou a espécie homo sapiens das outras. Constata-se, de fato, a nítida evidência das causas que explicam a caótica e deprimente situação rumo à qual a humanidade parece caminhar.
            O monoteísmo cientificista não se justifica, carece da dimensão que lhe é atribuída como tal. A pesquisa científica representa inquestionável progresso. Assegurou a formulação da metodologia investigativa, baseada no princípio da observação, muito bem concebida por Francis Bacon, no século 18. Foi, porém, divinizada qual fonte de verdade absoluta. Consolidou-se, desde então, novo poder em detrimento da sabedoria que se buscava difundir educadamente ao longo do tempo.  A filosofia perdeu espaço no contexto educacional, invadido e ocupado pela ciência em todas as suas concepções. Há não muito tempo, a investigação científica era identificada como atividade predominantemente de análise. Remexia em diferentes e múltiplas áreas materiais ou substanciais, suscitando conhecimentos específicos cada vez mais profundos, porém limitados no conteúdo. Já a filosofia, que não é ciência nem religião, tem origem nos mais antigos tempos da sociedade. Corresponde à dinâmica intelectual desenvolvida pela espécie na perspectiva extraordinária de agregar conhecimentos isolados, identificar-lhes as afinidades conceituais potencialmente construtivas, valendo-se da análise científica para elaborar a síntese abrangente, geradora de princípios, teorias e doutrinas concebidos em favor da humanidade.
            O grande legado de pensadores e filósofos dos velhos tempos acabou excluído dos conteúdos educacionais do presente. São exemplos marcantes a teoria evolucionista, a doutrina dos direitos, a dialética, os princípios cartesianos. A evolução intelectual dos povos está deliberadamente desconstruída. A análise superou a síntese afastando-a do contexto da produção de conhecimentos. Há mais de um século, nenhuma teoria filosófica foi produzida. O desenvolvimento do ato de pensar, principal essência do humanismo, sofre absurdo desestímulo. O abandono desse tão precioso modus operandi mental está na gênese das sucessivas e devastadoras crises socioeconômicas que abalam a estrutura da humanidade em distintos países, inclusive o Brasil. O desaparecimento da liberdade de pensar esvaziou o cultivo do imprescindível respeito, individual e coletivo, aos valores morais e éticos.
            A corrupta cultura do vale tudo retoma o comando dos novos tempos. A educação estatizada, institucionalizada e virtualizada ganha corpo, mas perde a mente. A ditadura da análise avoluma-se em detrimento da síntese filosófica, que não deixa de perder terreno na sociedade atual.  Os direitos humanos, oriundos da livre construção intelectual, desintegram-se a olhos vistos. Para as pessoas, segundo Will Durant, “mais vale um punhado de poder do que uma mochila cheia de direitos”. Sem filosofia, não haverá educação.

ATIVIDADES DO TEXTO: 1.Conceitos  2. Sinônimos. 3. Biografias. 4. Interpretação do texto.

1) EXERCÍCIOS 01 e 02 (conceitos e sinônimos).


1- Pesquise o significado das palavras e conceitos abaixo:
1)      Contrapor
2)      Iniquidades
3)      Humanismo
4)      Dogmatismo
5)      Tecnologia
6)      Propiciar
7)      Interativo
8)      Abstrair
9)      Criticar
10)  Homo Sapiens
11)  Monoteísmo
12)  Metodologia
13)  Filosofia
14)  Ciência
15)  Religião
16)  Dialética
17)  Cartesiano
18)  Essência
19)  Modus Operandi
20)  Gênese
21)  Educação
22)  Institucionalizada
23)  Moral
24)  Ética
25)  Doutrina-
26)  Ditadura


2. Com base nas informações do texto, responda às questões:
A.    Segundo o autor, qual o papel do humanismo?
B.     Quais as vantagens e desvantagens das inovações científicas?
C.     Por que a filosofia perdeu espaço?
D.     Segundo o texto, o que é filosofia? Qual a consequência do desaparecimento da liberdade de pensar? O que acontece com os direitos humanos?
3. Faça uma pequena biografia das personalidades abaixo relacionadas:
1)      Mahatma Gandhi.
2)      Nelson Mandela
3)      Francis Bacon
4)      Will Durant
5)      Michel Foucault
6)      Noam Chomsky
7)      Júlia Kristeva
8)      Friedrich Nietsche
9)      Simone de Beavoir
10)  Jacques Derrida


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