DOSSIÊ DE HISTÓRIA – TEXTO 04 –(quatro) - primeiro semestre 2019 - Primeiros e terceiros anos - Postado em 25março2019
DOSSIÊ
DE HISTÓRIA – TEXTO 04 – quatro – primeiro semestre 2019 - Primeiros e terceiros anos - Postado em
25março2019
Escola sem partido
(Severino
Francisco – Correio Braziliense – Crônica da cidade – publicada em
06abril2017).
Sob a suposta intenção de combater a
doutrinação ideológica marxista e a doutrinação de gênero, o movimento Escola
sem partido pretende impor a neutralidade dos professores em questões
políticas, religiosas e ideológicas. A proposta fere, obviamente, vários
princípios da Constituição: a liberdade de opinião, a liberdade de cátedra, o
direito à pluralidade de ideias e de propostas pedagógicas nos ambientes de
ensino.
Artigo publicado no site do movimento
Escola sem partido nega aos professores a condição de educadores e os reduz a
mera função de “transmissores de conhecimento”. Vamos a alguns exemplos.
Lecionei durante quase 10 anos. Eu pergunto: ao tratar, em sala de aula, da
história brasileira, como permanecer neutro em faze da evidência de que o nosso
país foi o último a abolir o trabalho escravo no mundo e das consequências históricas
de tal fato? Joaquim Nabuco, o grande líder abolicionista, dizia: “O problema
não é abolir a escravidão; o problema é abolir a obra da escravidão”.
Como se manter neutro diante da
constatação de que Hitler se inspirou na estatuária grega para formular a
confusa concepção própria de eugenia, de raça supostamente pura, que desembocou
na tragédia da cremação de milhares de judeus durante o nazismo?
Ainda bem que a proposta aprovada pela
Assembleia Legislativa de
Alagoas foi brecada no STF pelo ministro Luís Roberto Barroso. No fundo, o Escola sem partido tenta censurar o debate sobre questões contemporâneas e históricas em sala de aula. Uma escola sem partidos forma cidadãos destituídos de consciência crítica, cidadãos alienados, que votam em políticos corruptos, como a maioria que compõe o Congresso Nacional. Políticos que, mesmo sob a acusação de recebimento de propina, ainda têm o desplante de cometer novo delito ao legislar projetos em causa própria para anistiar seus crimes.
Alagoas foi brecada no STF pelo ministro Luís Roberto Barroso. No fundo, o Escola sem partido tenta censurar o debate sobre questões contemporâneas e históricas em sala de aula. Uma escola sem partidos forma cidadãos destituídos de consciência crítica, cidadãos alienados, que votam em políticos corruptos, como a maioria que compõe o Congresso Nacional. Políticos que, mesmo sob a acusação de recebimento de propina, ainda têm o desplante de cometer novo delito ao legislar projetos em causa própria para anistiar seus crimes.
Com suas artimanhas e abuso de poder,
eles poderão livrar-se da punição do Judiciário, mas jamais escaparão do
julgamento da História. Aparecerão em todos os compêndios na condição e
ladrões, de autores de falcatruas, de meliantes de colarinho branco, de
articuladores da corrupção sistêmica.
Escola
sem partido não forma um Gilberto Freyre, uma Cecília Meirelles, um Henfil, uma
Nise da Silveira, um Betinho, uma Clarice Lispector, um Joaquim Nabuco, um
Oscar Niemeyer, um Glauber Rocha, um Villa Lobos ou um Caetano Veloso. Todos eles
eram brasileiros críticos, rebeldes, inventivos, insubmissos.
Escola sem partido formata uma legião de
cordeirinhos manipulados ou de lobos intolerantes, ignorantes, dogmáticos e
ferozes. É um projeto policialesco de desqualificação e criminalização dos
educadores. O professor não é um transmissor de conhecimento: ele é a alma da
educação e precisa ser respeitado, valorizado e dignificado.
Só assim formaremos cidadãos
inteligentes, decentes, generosos, tolerantes, humanista, solidários, livres,
conscientes de direitos e deveres, capazes de se situarem na complexidade da
aldeia global em que vivemos. Cidadãos
vacinados contra os fundamentalismos, cidadãos que não se deixem manipular por
demagogos, cidadãos que jamais votem em corruptos de carteirinha, pós-graduados
e diplomados. A ignorância é uma fonte inesgotável do surrealismo.
1. com base no texto, responda os
questionamentos abaixo:
1.
O que o movimento Escola Sem Partido alega
combater e o que pretende impor a alunos e professores?
2.
Qual lei essa proposta fere e por quê?
3.
Qual a consequência direta da aprovação de
projeto como esse “escola sem partido”?
4.
Cite
três fatos históricos apontados no texto.
5.
Que modelo de escola pode formar cidadãos
conscientes?
6.
Segundo o texto, “o que” é o professor?
7.
Quais as consequências de uma escola com
professores respeitados, valorizados e dignificados?
2. Pesquise o significado das palavras
abaixo, encontradas no texto:
Doutrinação
– Marxismo – Ideologia – Constituição - Cátedra - Pedagogia – Abolir -
Movimento abolicionista – Eugenia – Alienado - Consciência crítica - Propina -
Falcatruas - Corrupção sistêmica – Insubmisso – Dogma – Humanismo - Aldeia
global – Fundamentalismo – Demagogia - Surrealismo.
3. Faça uma
biografia das personagens abaixo:
1.Joaquim Nabuco
2.Gilberto
Freyre
3.Cecília
Meirelles
4.Henfil
5.Betinho
6.Clarice
Lispector
7. Glauber Rocha
8.Ruth de Souza
9.Elisa Lucinda
10.Chica da
Silva
11.Nei Lopes,
Comentários
Postar um comentário
Respeito é palavra prática.